As hormonas de estrogénio podem ser milhares de vezes mais
estrogénicas do que os produtos químicos típicos que causam desregulação
endócrina. A exposição alimentar a esteróides sexuais naturais (na carne, lacticínios
e ovos) é "altamente relevante na discussão do impacto dos estrogénios sobre
o desenvolvimento humano e na sua saúde." O estrogénio do frango,
por exemplo, é idêntico ao estrogénio
humano - são a mesma molécula.[i]
A exposição de uma criança[ii]
a estrogénios na água potável é cerca de 150 vezes menor do que a
exposição a partir do leite de vaca, por isso os nossos níveis de exposição ao estrogénio
no dia-a-dia são mais propensos a serem determinados pela ingestão ou não de
produtos lácteos naquele dia.
A urina humana é "frequentemente citada[iii]
como a principal fonte de estrogénio natural e sintético no ambiente
aquático", mas o nível de estrogénio, mesmo na urina de grandes
comedores de carne, que apesar de terem níveis significativamente mais
elevados, enfraquece quando comparado ao estrogénio excretado pelos os animais de
abate[iv]. Os porcos,
as ovelhas, o gado e as galinhas produzem literalmente toneladas de estrogénio
todos os anos.
As mulheres podem eliminar até 16mg de estrogénio todos os
dias, mas os animais de abate libertam até 10 vezes mais[v],
ou no caso de vacas grávidas, milhares de vezes mais. Os resíduos animais contribuem
assim com uma estimativa de 90% de estrógenos totais no ambiente, entrando
inevitavelmente na cadeia alimentar.
As hormonas esteróides endógenas presentes nos alimentos de
origem animal são inevitáveis, pois encontram-se naturalmente nestes produtos. E
não, não se trata da questão de serem hormonas injectadas, até porque na Europa
são proibidas, a fim de proteger a saúde dos consumidores. A questão é que as
hormonas sexuais esteróides fazem parte do metabolismo do animal, como tal
todos os alimentos de origem animal contêm essas hormonas[vi],
que têm vindo a ser relacionadas a vários problemas de saúde humana, desde o
cancro à infertilidade.
Fonte: Texto adaptado do site nutritionfacts.org e publicado
por Michael
Greger M.D. a 13 de Setembro de 2016
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