Uma das mais sensíveis análises
sanguíneas de clínica laboratorial que indicam a existência de inflamação
orgânica é a PCR e a sua congénere PCR-as.
PCR é o
acrónimo correspondente a Proteína C-Reactiva.
A proteína
C-reactiva é produzida no fígado. A sua concentração sanguínea é muito baixa
nos indivíduos saudáveis. Nas pessoas idosas, e devido à idade, o seu valor
pode subir ligeiramente.
O valor normal de
PCR situa-se até 0.1 mg/dL ou 1mg/L
Quando há um
processo inflamatório, o fígado aumenta a produção da proteína C-reativa e o
valor da sua concentração sanguínea eleva-se. Qualquer que seja a sua causa uma
inflamação provoca sempre o aumento da PCR sanguínea.
Portanto, uma
elevação da PCR indica que existe uma inflamação orgânica mas não nos permite
conhecer qual o local ou a causa dessa inflamação.
No entanto, sabe-se que:
PCR entre 0.1
mg/dL e 1,0 mg/dL: São valores moderadamente elevados e estão associados a
ligeiros processos inflamatórios sistémicos ou localizados.
PCR superior a 1,0
mg/dL: São valores muito elevados e costumam corresponder a inflamações com
relevância clínica frequentemente associadas a infecções bacterianas agudas.
Inflamação aguda versus inflamação crónica
Quando a PCR está elevada durante um processo
inflamatório agudo, o seu valor acompanha, de forma coerente, o evoluir da
situação clínica. Após um período de alguns dias, os valores elevados começam a
descer e retomam os níveis saudáveis, normais baixos, quando o processo
inflamatório já não existe.
Mas quando a PCR
se mantém elevada, ainda que moderadamente elevada - entre 0,3 e 1,0 mg/dL -
esse facto revela presença de um processo inflamatório crónico.
PCR-as
Para avaliar o
risco cardiovascular derivado de uma inflamação silenciosa, existe uma outra
análise mais específica, a proteina C-reactiva de alta sensibilidade: PCR-as
A PCR de alta sensibilidade é
neste momento considerado um biomarcador de risco para doença coronária.
Valores de PCR-as para
risco cardiovascular devem ser expressos em mg/L
Baixo risco inferior a 1 mg/L
Risco intermédio entre 1- 3
mg/L
Risco elevado superior a 3
mg/L
Sendo a inflamação silenciosa
um mecanismo comum ao desenvolvimento insidioso e durante longos anos, não só
das doenças cardiovasculares mas da generalidade das doenças crónicas
degenerativas, a medição dos níveis de PCR e, com mais rigor, de PCR-as
evidencia a presença de inflamação sistémica silenciosa. A sua diminuição
revela a eficácia da adopção de medidas correctoras e preventivas.
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