Sempre que
reflito sobre a máquina que somos fico espantada. Possuímos a capacidade de nos
recuperar quando fornecemos as ferramentas certas ao nosso organismo. Pára só 1
minuto e pensa na quantidade de funções que o teu corpo está a exercer neste exato
momento...é espantoso certo?
O sistema
esquelético é um exemplo maravilhoso, pois encontra-se em constante mudança,
regenerando-se até pelo menos aos 30 anos de idade e caso mantenhamos bons
hábitos ele manter-se-á forte por muito e muito tempo, o que infelizmente é
mais a exceção do que a regra.
Acredito que a
“máquina humana” foi feita para que a
regra seja a saúde e a doença a exceção, no entanto, os tempos que vivemos têm demonstrado
o oposto, por isso, talvez seja altura de pararmos e refletirmos sobre o que
andamos a fazer a nós próprios.
Quando fui
para Lisboa estudar, uma das primeiras coisas que um professor nos disse foi: “a vossa missão é mostrar ao paciente que só
ele e apenas ele detém controlo sobre a sua saúde ou doença”. Confesso que
foi uma frase que me incomodou!! Já estive severamente doente e ele estava a
dizer-me que a responsabilidade era minha?! Como assim?!
Levei muito,
mas mesmo muito tempo para entender o significado daquele conceito, mas com o
tempo, com a prática clínica aprendi...aliás foram os meus pacientes que me
ensinaram. Tudo aquilo que fazemos ao nosso corpo vai-se refletir na nossa
saúde mais cedo ou mais tarde e se associarmos isso a um historial genético
pesado e a uma saúde emocional em baixo de forma rapidamente o corpo começa a
gritar por ajuda.
Somos responsáveis por nós, pela nossa saúde e pelo nosso bem-estar emocional.
No que diz
respeito à alimentação, uma dieta altamente nutritiva, limpa, fresca e leve só
nos irá beneficiar. Um exemplo disso são os alimentos considerados
inflamatórios ou anti-inflamatórios. Ambos estão à nossa disposição e somos nós
que optamos por os consumir ou não.
Há já algum
tempo que se sabe que determinados alimentos aumentam a incidência de
inflamação em nós contribuindo para doenças como a osteoporose.
Num estudo
publicado em Dezembro de 2016 no Journal
of Bone and Mineral Research, um grupo de investigadores da Universidade do Estado de Ohio demonstraram
que o impacto de uma dieta rica em alimentos inflamatórios em mulheres com
idades inferiores a 63 anos refletia-se numa propensão 50% superior de risco de
fratura da bacia.
Os resultados
também indicaram que as mulheres que consumiam uma dieta pobre em alimentos
inflamatórios perderam matéria óssea de forma mais lenta do que as mulheres com
uma dieta rica nestes alimentos.
Por isso,
deixo para reflexão: A teoria de nada
serve sem a acção e pôr em acção o conhecimento que se têm é o melhor presente
que podemos dar a nós próprios!!
Abraço
Vera
Dietary
inflammatory index, bone mineral density and risk of fracture in postmenopausal
women: Results from the women's health initiative, Tonya Orchard et
al., Journal of Bone and Mineral Density, doi:10.1002/jbmr.3070, published
online 26 December 2016. [onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jbmr.3070/full]
Comentários