A doença celíaca é uma doença de caracter inflamatório crónico do intestino delgado que afecta 1% da população.1 A patologia pode ser definida como um estado de resposta imunológica intensificada ao glúten ingerido (do trigo, aveia, cevada e centeio) em indivíduos geneticamente susceptíveis.2
O padrão-ouro do diagnóstico da doença celíaca é a demonstração da atrofia de vilosidades em biópsias duodenais, com sorologia celíaca (anticorpos antiendomísio e antitransglutaminase tecidual) tendo um papel de apoio.2,3
O pilar do tratamento da doença celíaca é a adesão vitalícia a uma rigorosa dieta livre de glúten, que leva a melhorias no desfecho clínico, no bem-estar psicológico e na qualidade de vida dos pacientes.2
Quando se fala em glúten, falamos de uma mistura de proteínas que estão presentes no trigo, no centeio, na aveia e na cevada, sendo que, as massas, os bolos, os biscoitos, o pão e a cerveja contêm grandes quantidades dessa proteína. Agora, se observarmos a nossa alimentação diária, chegamos à triste conclusão que o glúten está presente em quase todos os alimentos industrializados, alimentos estes que consumimos constantemente.
Antes de entrar em pormenores, segue-se uma lista de sintomas associados à sensibilidade ao glúten não-celiaca:
- dores e distensão abdominal
- refluxo gástrico
- edema
- obstipação
- flatulência
- dificuldade em ganhar ou perder peso
- anemia por defîciência de ferro
- dores de cabeça/enxaquecas
- dores nas articulações e ossos
- depressão,irritabilidade, variações de humor
- dificuldade de engravidar
- problemas respiratórios
- aftas
- intolerância a lactose
- acne e rosácea
- perda de cabelo
- hipoglicemia
- refluxo gástrico
- edema
- obstipação
- flatulência
- dificuldade em ganhar ou perder peso
- anemia por defîciência de ferro
- dores de cabeça/enxaquecas
- dores nas articulações e ossos
- depressão,irritabilidade, variações de humor
- dificuldade de engravidar
- problemas respiratórios
- aftas
- intolerância a lactose
- acne e rosácea
- perda de cabelo
- hipoglicemia
O glúten nas pessoas intolerantes impede a absorção de nutrientes, o que se torna num grande problema na altura do diagnóstico, porque ao despontar uma enorme variedade de sintomas, torna-se difícil chegar ao seu correcto diagnóstico, havendo dificuldade em relaciona-lo com a alimentação.Já tive diversos pacientes que melhoraram muito das suas patologias quando deixaram de consumir glúten. Eu mesma, que sofro de espondilite anquilosante em que outrora nem me podia mexer e que tomava comprimidos atrás de comprimidos, hoje em dia, após ter retirado o leite e o glúten da minha alimentação, posso afirmar alegremente que já não sei o que são dores. Experimente, trocar o pão da sua dieta por pães sem glúten ou por farelos de linhaça, amaranto e quinoa, frutas ou sumos desintoxicantes. Um dado importante é que quem tem intolerância ao trigo/glúten, geralmente também o é à lactose, pois quanto menos se digere o trigo/glúten, maior é a dificuldade em digerir a lactose e as proteínas do leite.
Um crescente problema encontrado na prática clínica é o diagnóstico de pacientes que reclamam sintomas relacionados ao glúten na ausência de marcadores diagnósticos de doença celíaca, como sorologia celíaca negativa e biópsias duodenais normais. Esses pacientes representam um dilema diagnóstico para os gastrenterologistas e clínicos gerais e, no passado, foram descritos como pertencentes a “terra de ninguém” devido à incerteza do diagnóstico.9
- 1 Sanders DS, Patel D, Stephenson TJ, Ward AM, McCloskey EV, et al. A primary care cross-sectional study of undiagnosed adult coeliac disease. Eur J Gastroenterol Hepatol 2003;15:407-13.
2 Hopper AD, Hadjivassiliou M, Butt S, Sanders DS. Adult coeliac disease. BMJ 2007;335:558-62.3 Hopper AD, Cross SS, Hurlstone DP, McAlindon ME, Lobo AJ, et al. Pre-endoscopy serological testing for coeliac disease: evaluation of a clinical decision tool. BMJ 2007;334:729.4 Painter K. Gluten-free diets gaining in popularity. USA Today 2008 Aug 17.5 Di Sabatino A, Corazza GR. Nonceliac gluten sensitivity: sense or sensibility? Ann Intern Med 2012;156:309-11.6 Rubio-Tapia A, Ludvigsson JF, Brantner TL, Murray JA, Everhart JE. The prevalence of celiac disease in the United States. Am J Gastroenterol 2012;107:1538-447 Tanpowpong P, Ingham TR, Lampshire PK, Kirchberg FF, Epton MJ, et al. Coeliac disease and gluten avoidance in New Zealand children. Arch Dis Child 2012;97:12-6.8 Ferch CC, Chey WD. Irritable bowel syndrome and gluten sensitivity without celiac disease: separating the wheat from the chaff. Gastroenterology 2012;142:664-6.9 Verdu EF, Armstrong D, Murray JA. Between celiac disease and irritable bowel syndrome: the “no man’s land” of gluten sensitivity. Am J Gastroenterol 2009;104:1587-94.10 Kaukinen K, Turjanmaa K, Mäki M, Partanen J, Venäläinen R, et al. Intolerance to cereals is not specific for coeliac disease. Scand J Gastroenterol 2000;35:942-6.11 Sanders DS, Carter MJ, Hurlstone DP, Pearce A, Ward AM, et al. Association of adult coeliac disease with irritable bowel syndrome: a case-control study in patients fulfilling ROME II criteria referred to secondary care. Lancet 2001;358:1504-8.12 Carroccio A, Mansueto P, Iacono G, Soresi M, D’Alcamo A, et al. Non-celiac wheat sensitivity diagnosed by double-blind placebocontrolled challenge: exploring a new clinical entity. Am J Gastroenterol (forthcoming).13 Sapone A, Bai JC, Ciacci C, Dolinsek J, Green PH, et al. Spectrum of gluten-related disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Med 2012;10:13.14 Volta U, De Giorgio R. New understanding of gluten sensitivity. Nat Ver Gastroenterol Hepatol 2012;9:295-9.15 Volta U, Tovoli F, Cicola R, Parisi C, Fabbri A, Piscaglia M, et al. Serological tests in gluten sensitivity (nonceliac gluten intolerance). J Clin Gastroenterol 2012;46:680-5.16 Sapone A, Lammers KM, Mazzarella G, Mikhailenko I, Cartenì M, et al. Differential mucosal IL-17 expression in two gliadin-induced disorders: gluten sensitivity and the autoimmune enteropathy celiac disease. Int Arch Allergy Immunol 2010;152:75-80.17 Sapone A, Lammers KM, Casolaro V, Cammarota M, Giuliano MT, et al. Divergence of gut permeability and mucosal immune gene expression in two gluten-associated conditions: celiac disease and gluten sensitivity. BMC Med 2011;9:23.18 Pimentel M, Chang C. Inflammation and microflora. Gastroenterol Clin North Am 2011;40:69-85.19 Shepherd SJ, Parker FC, Muir JG, Gibson PR. Dietary triggers of abdominal symptoms in patients with irritable bowel syndrome: randomized placebo-controlled evidence. Clin Gastroenterol Hepatol 2008;6:765-71.20 Biesiekierski JR, Rosella O, Rose R, Liels K, Barrett JS, Shepherd SJ, et al. Quantification of fructans, galacto-oligosacharides and other shortchain carbohydrates in processed grains and cereals. J Hum Nutr Diet 2011;24:154-76.21 Barrett JS, Gibson PR. Fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides and polyols (FODMAPs) and nonallergic food intolerance: FODMAPs or food chemicals? Therap Adv Gastroenterol 2012;5:261-8.22 Biesiekierski JR, Newnham ED, Irving PM, Barrett JS, Haines M, Doecke JD, et al. Gluten causes gastrointestinal symptoms in subjects without celiac disease: a double-blind randomized placebo-controlled trial. Am J Gastroenterol 2011;106:508-14.
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