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Desde o momento em que os nossos filhos nascem que somos influenciados pelos hábitos socialmente aceites como normais. O açúcar entra nesse "padrão de normalidade" talvez pela fácil aceitação gustativa que o sabor doce tem na criança, como tal nem paramos um pouco para nos apercebermos da quantidade de açúcar que eles consomem, na maioria das vezes, incentivados por nós, pais.
E é óbvio que após instalado este hábito, a criança vai ganhando resistência a sabores mais suaves como o das frutas e legumes.
Como qualquer pai/mãe deparo-me com esta questão do açúcar diariamente. O açúcar está presente em todos os produtos processados, até em algumas embalagens de amendoins...acham normal? Pois eu não acho!
Em qualquer local onde vamos a oferta de alimentos cheios de açúcar é abundante e o interessante é que quando nos recusamos a oferecer determinando "alimento" aos nossos filhos tornamo-nos a personagem principal deste palco chamado sociedade! Ouvem-se reacções do género:
- " Coitadinho do menino que não come um rebuçadinho" (coitadinhos dos meninos que mais tarde na vida desenvolvem síndrome metabólica)
- "então não lhe dá chocolate porquê? só um pouco não faz mal..." (faz pois, além de o açúcar alterar a sensibilidade palativa é extremamente inflamatório)
Entre outras "reacções" que não vou aqui escrutinar, deixo apenas uma questão: Será sensato dar gomas, Musse de chocolate, gelados e produtos semelhantes principalmente quando as crianças estão doentes? o organismo delas já está a ser atacado por microorganismos patogénicos, será que a criança precisa ainda assim de alimentos que vão facilitar o trabalho desses "bichinhos maus"? O açúcar destrói as enzimas digestivas, inibe a absorção de cálcio, magnésio e ferro prejudicando a formação dos ossos, dentes, podendo até mesmo provocar anemia...valerá mesmo a pena?
A Times, citou um estudo recentemente realizado pela equipa do investigador Robert Lustig, do Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, em São Francisco, em relação ao açúcar em crianças obesas.
A conclusão desta investigação, agora publicada, é que “o açúcar é tóxico independentemente das suas calorias e independentemente do peso do indivíduo”, conforme cita a Times.
Robert Lustig levou a cabo um estudo em torno da obesidade de crianças, seguindo 43 jovens com idades entre os 8 e os 18 anos.
O investigador reuniu informação sobre a quantidade média de calorias que estes consumiam diariamente. Depois elaborou um menu especial para cada um dos participantes, para um período de 9 dias, incluindo o número total de calorias que costumavam consumir habitualmente.
A única diferença da nova dieta é que a maioria do açúcar consumido foi substituído por amido.
“Tudo ficou melhor”, nota Lustig, frisando que algumas crianças passaram de resistentes à insulina, um período pré-diabetes, a sensíveis à insulina.
“Nós tiramos a galinha teriyaki e colocamos cachorros de peru. Substituímos os iogurtes açucarados por batatas fritas. Tiramos os bolos e incluímos os pães. Por isso, não houve mudança no peso e nas calorias”, explica o investigador.
“Nós demos-lhes comida má, comida processada e mesmo assim tiveram melhores resultados”, acrescenta.
Nove dias depois de uma redução de cerca de 9% do açúcar consumido por estas crianças, verificou-se uma queda de 53% nos níveis de açúcar no sangue em jejum. Os níveis de triglicéridos e de colesterol, altamente associados aos Ataques Vasculares Cerebrais, também desceram.
As crianças apresentavam ainda menos gordura no fígado, problema normalmente associado aos alcoólicos, mas que é também característica de obesos e diabéticos.
Dá que pensar certo? Que futuro queremos para os nossos filhos?...
O ideal é evitar receitas muito doces e optar por ingredientes mais simples.
É óbvio que torna-se um desafio viver sem o doce, mas podes optar por consumir e dar a consumir ao teu filho mais frutas frescas e frutos secos; podes também substituir o açúcar pelo consumo razoável de mel ou melhor ainda, optar pelo uso da stevia que é um adoçante natural.
Fonte original: ZAP (http://zap.aeiou.pt/novo-estudo-confirma-que-o-acucar-e-mesmo-toxico-87662)
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