Avançar para o conteúdo principal

Intestino Preguiçoso e a sua Influencia na Saúde


A obstipação ou prisão de ventre é um problema comum à maioria dos portugueses, afectando cerca de 2 milhões de pessoas, principalmente do sexo feminino.




A definição de obstipação depende do ritmo do trânsito intestinal de cada pessoa, no entanto, entende-se por obstipação a diminuição da quantidade e do número de vezes que ocorre a expulsão das fezes.

A defecação é um ato voluntário e natural em que a sua interrupção ou diminuição do ritmo normal pode ser causado por situações como abuso de laxantes, medicamentos (opiáceos (codeína, usada em xaropes para a tosse); morfina e heroína); os moduladores dos canais de cálcio, usados no tratamento da hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares; os diuréticos, que por provocarem perda de água através da urina tornam as fezes mais duras; os medicamentos psiquiátricos (calmantes, ansiolíticos e antidepressivos); e os anti-ácidos), stress, alimentação pobre em fibras e em água, gravidez, alterações do ritmo de vida, assim como intervenções cirúrgicas, hemorróidas e algumas doenças como o síndrome do intestino irritável e diabetes.

O sexo a que pertence e a idade também são factores condicionantes, porque para além do factor hormonal, a progesterona, que actua na musculatura lisa provocando um abrandamento da função intestinal, com a idade a mulher tende a produzir cada vez menos bílis e, como consequência, o bolo fecal fica no intestino durante mais tempo, levando a um maior risco de obstipação.

Uma das primeiras coisas que quem sofre de obstipação faz quando se sente inchado é tomar laxantes, de forma a encontrar uma solução para o problema. Estes deverão ser evitados porque na maioria das vezes é desnecessário e prejudicial ao equilíbrio hidroelectrolítico, podendo inclusivamente agravar a obstipação, causar habituação e destruir a flora bacteriana intestinal benéfica.

Os Sintomas mais comuns da obstipação, vão desde ao esforço para evacuar, sensação de mal estar, fezes secas e duras, dores de cabeça, vómitos e falta de apetite.

Trata-se de uma situação incomodativa não só a nível físico, acabando por ter repercussões na qualidade de vida.

Grande parte das substâncias tóxicas ou residuais do nosso organismo são eliminadas através das fezes. Se estas permanecerem no intestino, são reabsorvidas e entram no processo de purificação, sobrecarregando o organismo. Quanto mais tempo o bolo fecal ficar retido no cólon, menor será a quantidade de água presente nas fezes tornando-as mais duras, dificultando a evacuação, além de contribuir para o aparecimento e agravamento de hemorróidas, divertículos e apendicites. Pode também agravar situações de gases intestinais, inchaço abdominal, sensação de estômago cheio, celulite e incontinência urinária.

Com o intuito de prevenir ou ajudar a reduzir a obstipação, são várias as medidas que se devem considerar, principalmente educar o intestino, cuidar da alimentação, praticar exercício físico e conhecer o efeito dos medicamentos ingeridos.

A alimentação, tem um papel crucial na saúde gastrointestinal, principalmente no que diz respeito ás fibras. Estas têm a capacidade de absorver água e, ao serem ingeridas, aumentam de volume levando ao estímulo dos movimentos peristálticos, influenciando assim, de forma positiva, o ritmo intestinal.

Dos alimentos ricos em fibras, destacam-se os cereais integrais, como os farelos, as sementes de linhaça e o psílio, as leguminosas, como as lentilhas, soja, grão, feijão, ervilhas, etc., as hortaliças, entre elas o feijão verde, espinafres, brócolos, couve-flor, espargos, grelos, etc. e as frutas com casca, como o ananás, ameixas, kiwi, tâmaras e figos secos.

A alimentação deve estar associada à ingestão de no mínimo 1,5 de líquidos por dia. Ter atenção também que em algumas pessoas a ingestão de leite de vaca pode dificultar o trânsito intestinal, nestes casos, optar por bebidas de soja.

O exercício físico pode não parecer, mas também é essencial ao bom funcionamento intestinal. A maior parte dos doentes acamados depara-se com o problema da obstipação por falta de mobilidade. Andar a pé, fazer ginástica ou correr são algumas das opções.

No geral, tudo se resume ao equilíbrio. Ter uma alimentação regrada e um estilo de vida saudável é o suficiente para termos saúde e garantir a nossa longevidade. Passo a passo, dia após dia pode voltar a sentir-se bem, cheio de energia e vitalidade.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mercúrio presente no marisco e no peixe aumenta risco para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Um estudo recente em 518 pessoas constatou que elevados níveis de mercúrio no corpo associado ao consumo de peixe e marisco aumenta o risco de desenvolver a doença de Lou Gehrig (ELA), uma doença neurodegenerativa que leva à paralisia e à morte. Entender os factores de risco da esclerose lateral amiotrófica possibilita-nos realizar alterações no nosso estilo de vida, como por exemplo, evitar o consumo de peixes e moluscos, de forma a prevenir esta doença e diminuir a incidência a longo prazo. Nota de pesquisa:  Pesquisas epidemiológicas como essa podem revelar novos factores comportamentais humanos ou exposições ambientais que nos levam à doença. Estudos a nível da população também podem fornecer uma visão ampla de como a doença se desenvolve em seres humanos que não teria sido prontamente descoberto em estudos animais ou celulares. Stommel E, Chen C, Caller T, et al. Fish consumption, mercury levels, and amyotrophic lateral sclerosis (ALS). Paper pr

O que levas para comer na Praia?!?

Que a praia abre o apetite já todos nós sabemos mas e que tal pôr a boa da bola de berlim (cheia de açúcar e gorduras trans que inflamam as células do nosso corpo) de lado e substitui-la por snacks saudáveis, nutritivos e de fácil assimilação?!? Deixo-vos a sugestão do snack que levámos hoje para a praia: Agora vamos escrutinar os ingredientes... - A boa da Laranja (se for algarvia então...) : Todos nós conhecemos a laranja pela sua riqueza em vitamina C, mas ela oferece um leque bem maior de nutrientes que vão além desta vitamina. É nutricionalmente rica em ácido fólico, cálcio, potássio, magnésio, fósforo e ferro, além de fibras, pectinas e flavonóides que aumentam o seu valor nutritivo. Depois de tudo isso, ainda é super antioxidante. Possui 170 diferentes tipos de fitoquímicos, incluindo mais de 60 flavonóides com propriedades anti-inflamatórias, anti-tumorais e que inibem a formação de coágulos sanguíneos. Como consequência é extremamente útil para quem quer controlar

Queres aprender a fazer uma Tintura de Gengibre?

Os benefícios do Gengibre já são há muito tempo conhecidos e cada vez mais estudados. Servem para inúmeras situações de doença com resultados extraordinários. Aqui, vou-te ensinar a fazer uma tintura de gengibre para que tenhas sempre esta incrivel raíz pronta a tomar em qualquer ocasião mas antes, espreita apenas alguns dos seus principais efeitos medicinais: Anti-Fungico – O Gengibre tem propriedades anti-fúngicas proeminentes contra uma vasta gama de fungos. Mycoses.  2003 Feb;46(1-2):29-37. Cancro - Vários estudos têm demonstrado a capacidade do gengibre para combater inúmeros tipos de células cancerígenas, incluindo da mama, cólon, pâncreas, próstata e cancro da pele. Pharmazie. 2008 Oct;63(10):774-6. Chem Biol Interact. 2009 Sep 14;181(1):77-84. doi: 10.1016/j.cbi.2009.05.012. Epub 2009 May 27. Mol Nutr Food Res. 2007 Dec;51(12):1492-502. Yonsei Med J. 2006 Oct 31;47(5):688-97. Gingerol inhibits metastasis of MDA-MB-231 human breast cancer cells Prevenção d