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Raízes da esquizofrenia

Agência FAPESP – Esquizofrenia e transtorno bipolar têm raízes genéticas semelhantes. A afirmação está num estudo publicado na edição desta quinta-feira (2/7) da revista Nature, que traz outros dois artigos com resultados de pesquisas diferentes sobre a esquizofrenia.

As três pesquisas apresentam diversas novidades a respeito da variação genética e do risco de desenvolver o conjunto de psicoses que tem sintomas como delírios persecutórios e alucinações, especialmente auditivas, e que atinge cerca de 1% da população.
Reunidos, os estudos, que cobriram análises de mais de 10 mil casos de esquizofrenia, descobriram uma extensa gama de variações genéticas que respondem por pelo menos um terço do risco de desenvolvimento da doença.

Os pesquisadores do Consórcio Internacional de Esquizofrenia – fundado em 2006 e que reúne cientistas de 11 instituições na Europa e nos Estados Unidos – mostraram que variantes genéticas comuns estão por trás do risco de desenvolvimento da doença, na primeira evidência molecular de tal relação.
O estudo também apresenta evidência molecular de um componente poligénico para o risco da doença que envolve milhares de alelos comuns. Esses alelos, cada um com um pequeno efeito, também contribuem para o risco de desenvolvimento de transtorno bipolar.

“Os resultados recomendam um novo olhar nas nossas categorias de diagnóstico. Se alguns dos mesmos riscos genéticos envolvem tanto a esquizofrenia como o transtorno bipolar, talvez esses distúrbios tenham origem em alguma vulnerabilidade comum no desenvolvimento cerebral”, disse Thomas Insel, director do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIHM, na sigla em inglês), um dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

Os três estudos apontam para uma mesma área, no cromossoma 6, conhecido por abrigar genes envolvidos em imunidade e por controlar como e quando os genes são ligados ou desligados. Essa identificação de um local pode ajudar a explicar como factores ambientais afectam o risco de desenvolvimento da esquizofrenia. Há, por exemplo, evidências de que grávidas com gripe têm maior risco.

“O Nosso estudo empregou uma nova maneira de detectar as assinaturas moleculares 
das variações genéticas que apresentam pequenos efeitos no risco potencial de desenvolvimento da esquizofrenia. Individualmente, esses efeitos não são estatisticamente significativos, 
mas, juntos, eles têm um papel importante, somando pelo menos um terço do risco”
disse Shaun Purcell, da Universidade Harvard, autor de um dos estudos.

Um dos estudos também encontrou uma associação entre esquizofrenia e uma variante genética no cromossoma 1 que está ligada à esclerose múltipla. Outra pesquisa identificou evidências de associação com variantes nos cromossomas 11 e 18 que podem ajudar a explicar os déficits de memória e de raciocínio em casos de esquizofrenia.

Os artigos Common variants conferring risk of schizophrenia, Common variants on chromosome 6p22.1 are associated with schizophrenia e Common polygenic variation contributes to risk of schizophrenia that overlaps with bipolar disorder podem ser lidos por assinantes da Nature em www.nature.com.

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