Homocisteína provoca mais danos que o colesterol

A doença coronáriana obstrutiva (enfarte do miocárdio) é um grande pesadelo para a humanidade. Nos países desenvolvidos é a principal causa de mortalidade. Muito mais importantes do que a herança genética, os verdadeiros inimigos do coração estão ligados aos nossos estilos de vida: fumo, sedentarismo, obesidade, stress, hipertensão, erros alimentares e a deficiência hormonal na menopausa, que, em última análise, levam à hipercolesterolemia.
O aumento do colesterol, principalmente a fracção LDL (o mau colesterol), abre caminho para a arteriosclerose, que, por sua vez, obstrui as artérias do coração e causa o enfarte. O colesterol elevado passou, então, a ser o inimigo público número um. Um facto muito importante intrigava, porém, os investigadores mais curiosos: se é realmente o grande vilão, como explicar a ocorrência de enfartes em pessoas com colesterol absolutamente normal? Como explicar o enfarte em adultos cada vez mais jovens, que, igualmente, não apresentam qualquer anormalidade no seu colesterol, e adoptam estilos de vida aparentemente saudáveis?
O elo perdido desta cadeia de eventos, parece finalmente ter sido encontrado. Surgindo no nosso organismo como um produto do metabolismo da metionina, a hemocisteína é um aminoácido natural, de existência efémera, que se converte em outro aminoácido chamado cistationa. Se esta rota for correctamente seguida, não há qualquer prejuízo para a nossa saúde.
O grande segredo, porém, é que para este processo ocorrer, são necessários cofactores naturais que regulam essas reacções: vitaminas B-6 e B-12, betaína e ácido fólico. Devido ao esgotamento do solo, industrialização excessiva dos alimentos e baixa concentração desses elementos na dieta, um número incontável de pessoas apresenta uma deficiência destas substâncias. Face a essas deficiências, o nosso organismo passa a acumular homocisteína, e essa substância é, hoje, considerada o verdadeiro inimigo da doença coronária. É a homocisteína, e não o colesterol, a substância que dá início às lesões vasculares que levam ao enfarte. A homocisteína acelera a oxidação do LDL colesterol, aumentando ainda mais o dano vascular.
Se o colesterol é normal, mas as concentrações de homocisteína no sangue são elevadas, o dano ao coração ocorre mais rapidamente do que se o colesterol estiver elevado e a homocisteína normal! Na verdade, a homocisteína elevada no sangue é considerada, actualmente, nos países que praticam uma medicina de ponta, um factor de risco para as doenças cardíacas, muitas vezes pior e mais preciso do que o colesterol. As pessoas com doenças de coração, já confirmadas por angiografia, tâm o risco 10 a 15 vezes maior de ter um enfarte, se sua homocisteína estiver elevada!
A suplementação vitamínica, correctamente conduzida, provoca a total normalização dos níveis de homocisteína; os níveis de homocisteína no sangue já podem ser medidos, sendo um exame obrigatório nos países desenvolvidos.
Níveis elevados de homocisteína em pacientes tratados com levodopa

No estudo realizado pelo Dr. Martín-Fernández e os seus colaboradores, verificou-se que os pacientes que seguiam um tratamento com levodopa não apresentavam uma correlação significativa com o tempo de evolução, nem com a dose de levodopa, nem com o tempo de tratamento. Além disso, nestes pacientes, os níveis de folato (vitamina do complexo B) são mais baixos, enquanto o nível de vitamina B12 não é significativamente inferior. Os dados mostram a existência de uma correlação negativa entre os níveis de homocisteína e os de vitamina B12 e/ou folato, ainda que limitado aos homens, o que não se justifica nos diferentes regimes de tratamento com levodopa.
Por outro lado, nos pacientes que não tomavam levodopa, também não existia uma ligação entre os níveis de homocisteína e os de folato/vitamina B12. Assim sendo, os autores sugerem que os pacientes com níveis mais baixos de vitaminas são mais susceptíveis ao efeito da levodopa no metabolismo da homocisteína, especialmente nos homens, o que justificaria adicionar suplementos de folato e vitamina B12 nos pacientes em tratamento com levodopa.
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